sábado, 11 de julho de 2009

Insónia

Boa noite

Ou má noite, se calhar...

Estou mais uma vez preso entre a terra dos sonhos e a dura realidade, embrenhado em pensamentos que teimam em não ir dormir. Enfim, mais uma vez.

Lá fora, a chuva não pára. Certinha, cai toda a noite. O som que ela faz ao embater no zinco dos telhados podia transformar-se em canção de embalar. Mas não, não funciona.

Ouvi, há hora e meia, toque de tambores ao longe. Prenuncio da guerra que se avizinha, talvez. Ou apenas mais um dos muitos sons que nos traz a noite africana. Levantei-me e dei uma volta pelo acampamento. Tudo calmo. Tudo sereno. Tudo a dormir.

Tudo a dormir e eu sem sono. Se ao menos tivessemos um botão que desligasse o pensamento, seria mais fácil. Mas não, nem botão nem carneiros, nada.

Quando raiar o dia, vou estar pronto para dormir. Quando raiar o dia, quando já não posso...enfim!

Boa noite para quem ler isto de dia.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Aut viam inveniam aut faciam

"Encontraremos um caminho ou faremos o nosso"

Esta frase foi dita, há muitos anos, por um dois maiores Generais da História, Aníbal de Cartago.

Este homem liderou um exército, onde se incluiam elefantes de guerra, pelos Alpes e invadiu o centro do imperio romano. Contra todas as espectativas, derrotou vários exércitos e permaneceu na peninsula itálica longos anos. Foi um exemplo como o empenho, determinação e atitude podem levar-nos a ultrapassar os obstáculos mais difíceis.

E nós, como vamos atravessar os Alpes?

O caminho só pode ser o mesmo, o da força, do valor e da honra. Mas também do sacrifício e, se calhar, da cedência.

O nosso país é composto de gente maravilhosa num território magnífico. Todos sabemos o quão grandes fomos. Mas o que somos hoje?

Hoje somo como um tractor, com o motor a gripar, nas largas auto-estradas da Europa. Somos ultrapassados por tudo e todos, e continuamos a definhar e a auto-contemplar a nossa miséria. Chamamos-lhe, por vezes, pouca sorte, outras condições desfavoráveis, outras baixa produtividade, outras corrupção.

E a culpa de quem é? Dos políticos, claro... é a resposta, certo? Ou dos patrões?

Mas será mesmo? Ou será de todos nós?

Nós que temos direito a tudo mas que não devemos nada, nós que não sabemos educar os nossos filhos e esperamos que outros o façam, nós que não respeitamos a autoridade, seja ela qual for, nós de onde saem os politicos e os patrões, os culpados, lembram-se?

Porque não nos mobilizamos para transformar o nosso país no que ele merece ser, para sermos tão bons como os melhores, que somos e já o demonstramos inumeras vezes. Em vez de reclamar, desesperar, invejar, que tal unir, produzir, respeitar. No fundo, mudar. Para melhor.

Cabe-nos a todos atravessar a montanha, seja nos Alpes ou nos Himalaias.

A ti e a mim.